sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Semelhante atrai semelhante



Somente uma pessoa amorosa, aquela que realmente é amorosa; pode encontrar o parceiro certo.

Essa é minha observação: se você está infeliz você irá encontrar alguém também infeliz. Pessoas infelizes são atraídas pelas pessoas infelizes. E isso é bom, é natural. É bom que as pessoas infelizes não sejam atraídas pelas pessoas felizes; senão elas destruiriam a felicidade delas. Está perfeitamente bem.Somente pessoas felizes são atraídas pelas pessoas felizes. O semelhante atrai o semelhante. Pessoas inteligentes são atraídas pelas pessoas inteligentes; pessoas estúpidas são atraídas pelas pessoas estúpidas.

Você encontra as pessoas do mesmo plano. Então a primeira coisa a lembrar é: um relacionamento está fadado a ser amargo se este surgiu da infelicidade. 
Primeiro seja feliz, seja alegre, seja festivo e então você encontrará alguma outra alma festiva e haverá um encontro de duas almas dançantes e uma grande dança irá surgir disso.


Se você puder ser feliz quando você está só, você aprendeu o segredo de ser feliz. Agora você pode ser feliz acompanhado. Se você é feliz, então você tem alguma coisa para compartilhar, para dar. E quando você dá, você obtém; não é de outra maneira. Assim surge uma necessidade de amar alguém. 
Geralmente a necessidade é de ser amado por alguém. É a necessidade errada. É uma necessidade infantil; você não está amadurecido. É uma atitude infantil.


Uma criança nasce. Naturalmente, a criança não pode amar a mãe; ela não sabe o que é amar e ela não sabe quem é a mãe e quem é o pai. Ela está totalmente desamparada. Seu ser ainda está para ser integrado; ela ainda não está reunida. Ela é somente uma possibilidade. A mãe precisa amar, o pai precisa amar, a família precisa banhar a criança de amor. Agora ela aprende uma coisa: que todos têm que amá-la. Ela nunca aprende que ela precisa amar. Agora a criança irá crescer e se ela permanecer presa nessa atitude que todo mundo tem que amá-la, ela irá sofrer por toda sua vida. Seu corpo cresceu, mas sua mente permaneceu imatura.

Uma pessoa amadurecida é aquela que chega a conhecer a necessidade do outro: que agora tenho que amar alguém.
A necessidade de ser amado é infantil, imatura. A necessidade de amar é maturidade. 
E quando você está preparado para amar alguém, um belo relacionamento irá surgir; de outra maneira não.

”É possível que duas pessoas num relacionamento sejam más uma para com a outra”?
Sim, isso é o que está acontecendo por todo o mundo. Ser bom é muito difícil. Você não é bom nem para si mesmo. Como você pode ser bom para outra pessoa?
Você nem mesmo ama a si próprio! Como você pode amar outra pessoa? Ame a si mesmo, seja bom para si mesmo.

Os seus assim chamados santos têm lhe ensinado a nunca amar a si mesmo, para nunca ser bom para si mesmo. Seja duro consigo mesmo! Eles têm lhe ensinado a ser delicado para com os outros e duro para consigo mesmo. Isso é um absurdo.
Eu lhe ensino que a primeira e mais importante coisa é ser amoroso para consigo mesmo. Não seja duro; seja delicado. Cuide de si mesmo. Aprenda como se perdoar, cada vez mais e novamente; sete vezes, setenta e sete vezes, setecentos e setenta e sete vezes. Aprenda como perdoar a si próprio. Não seja duro; não seja antagônico consigo mesmo. Assim você irá florescer.

Nesse florescimento você atrairá alguma outra flor. Isso é natural. Pedras atraem pedras; flores atraem flores. Assim há um relacionamento que possui graça, que possui beleza, que possui uma bênção nele. Se você puder achar um relacionamento assim, seu relacionamento crescerá para uma oração; seu amor se tornará um êxtase e através do amor você conhecerá o que é o divino.

OSHO

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

SOBRE O AMOR E SUAS PECULIARIDADES




Descobri que o amor é imperfeito, que amar é imperfeito.
Que somos seres imperfeitos na busca de algo perfeito. Algo que não existe.
O dia a dia nos ensina.  A vida nos ensina.
O cotidiano nos mostra isso o tempo todo, pena que nem sempre temos a capacidade de ver.

Vivemos a procura de um amor de sonhos.
Um amor feito de poesias e belas palavras.
Sentimos até o cheiro do amor-conto-invenção.
Vivenciamos esse amor na nossa busca insana pela perfeição, pelo sonho das mil e uma noites.
Em nossos mais loucos delírios idealizamos a pessoa alvo do nosso amor supostamente perfeito como a oitava maravilha do mundo e baseados nessa expectativa “caímos de paraquedas” e vendados num campo desconhecido e louco do qual sequer conhecemos a porta de entrada e nem em sonhos (ou pesadelos) sabemos por onde caminhar.

Mas fazemos poesia, porque poesia é preciso.
E a noite quando olhamos nossas paredes, quase sempre pintadas de branco (porque não ousamos jogar uma tinta colorida), os tantos sonhos nos enfeitiçam e temos novamente a certeza de que o mundo das ilusões vai pular da fantasia e passará a fazer parte da nossa realidade.
Ledo engano. Nada acontece.
Então chegamos à conclusão de que estamos lendo demais contos e lendas, histórias da carochinha, faz de conta com finais felizes.

Esquecemos que o amor é um construir diário, que as imperfeições é que nos fazem gente, que ser gente é ser passível de imperfeições.
Voltamos nossos pensamentos a um mundo tão cheio de ilusões e esquecemos de segurar a mão do ser lindamente imperfeito que pode estar ao nosso lado.

Mas se tivermos sorte e aquele algo mais sussurrar em nossos ouvidos nos dizendo que o amor é também o acordar descabelado e com olheiras, que é a roupa suja pra lavar, o almoço, a janta, a desordem da casa, as contas a pagar, então poderemos nos considerar imperfeitamente em estado de amor.
E apesar disso
E tão simplesmente por isso
Continuaremos a fazer poesia.

Lou Witt